Como um time de futebol, Os Bolonistas têm onze jogadores, no caso escritores. Se bem que alguns jogam futebol de botão, mas ao publicar idéias tornam-se escritores, e o futebol comentado, descrito, cronicado, geralmente trata daquele com jogadores reais, peladeiros profissionais. No entanto, no jogo com palavras surgem, de texto em texto, verdadeiros craques. Jogadores criativos e com personalidade, de belas jogadas, dribles memoráveis. Alguns são mais participativos, posicionam-se em campo e nos surpreendem constantemente com jogadas de efeito, outros mais tímidos jogam na retaguarda e saem ao ataque poucas vezes, mas marcam golaços. Há os artilheiros, são poucos sempre, mas não vivem sem o time, por um lado porque as jogadas ensaiadas, os levantamentos dentro da área, partem dos companheiros de time. Acredito, não há jogada totalmente individual. Grandes gols nascem de armações complexas. Mas os artilheiros são imprevisíveis. Outros jogadores fazem milagres às vezes, fazem que vão dar o cruzamento, e partem com a bola rumo à meta. O futebol permite inumeráveis variações táticas e técnicas, formando grandes times quando equilibra forças por todo o campo.
O nosso campo de treinamento, nosso estádio, nossa arquibancada, a mesa de bar. Lugar sacro de criação de jogadas, planejamento estratégico de jogos. Entre um aperitivo e um gole na cerveja, uma bola é alçada na área e o gol está preparado. Cabe ao craque a conclusão final, o estufar das redes.
A comparação não pode ser perfeita porque não posso distribuir por nome e posição nossos onze homens dentro de um campo de futebol. Mas o fato de escreverem sobre futebol com paixão e técnica, conhecimento e beleza, me permite espelhar cada um a seu modo com um craque da bola, um grande técnico ou uma torcida apaixonada e vibrante.
Também nem tudo são alegrias, o time não ganha sempre. Há dias em que o jogador não vai bem, como poderia? O Romário teima, mas não guarda o milésimo, Ronaldo Gaúcho não virou na seleção, o Gordo engorda. Mas quem gosta sabe, o mil sairá, virá outra copa e o Ronaldo é o Ronaldo. Nosso time não piora com o tempo, ao contrário ganha experiência e umas gordurinhas que no peladeiro atrapalhariam. Quando alguém perde o passe ou chuta errado para o gol, certamente faltou concentração, entrou afobado na bola.
Veja bem, no futebol de hoje os times não são compostos de crias da casa. Compramos, vendemos e emprestamos jogadores. Sofremos de problemas semelhantes, os times de base dos nossos jogadores são diversos, suas formações iniciais ímpares, com técnicos mais ou menos exigentes em um e outro fundamento. Também acontecem, como em qualquer concentração, as questões de convivência, mas tudo se resolve e o time prevalece.
Escrevo isso pensando que nosso time andou por baixo nas tabelas, a copa foi genial, mas o resultado decepcionou, amansou os jogadores. No entanto, vem aí o grande campeonato e parece que os ânimos se fortalecem, os boleiros recuperam as forças, preparando-se para as pelejas. Percebo que há renovação no time, o mesmo time inspirado sobretudo.
Não sou craque, jogo porque gosto. Digamos assim um Nunes, poucos gols, mas às vezes decisivos. Pretensão minha?! Deixa estar... Um pouco de Dadá...
quarta-feira, 25 de abril de 2007
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Um comentário:
já disse antes que não entendo de futebol e "não gostava". começo a perceber de outra maneira. o time escalado na mesa do bar, as estratégia, os gols imaginários e depois acontecidos foram, de alguma maneira, os mesmos diálogos, as mesmas estratégias, os sonhos e realidades que fizemos para derrubar os militares golpitas, lutar pela anistia e pelas eleições diretas....como vocês, nós também tivemos derrotas e vitórias....
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